Trabalho desenvolvido na Plural, lda, na qualidade de Director do Departamento de Arquitectura.
O edifício desenvolve-se em dois corpos, o primeiro dos quais com três pisos, sendo a sua zona mais alta a caixa de palco. O segundo corpo, com dois pisos, relaciona-se com o anterior através de um ângulo de 133º, que define na sua concavidade uma praça, albergando um anfiteatro exterior e zonas de estadia. Uma pequena cafetaria, separada do edifício principal, complementa o centro cultural.
Organiza-se de modo a optimizar as relações entre os diversos compartimentos, em termos de funcionalidade e economia, privilegiando a qualidade dos espaços interiores, nomeadamente através de relações cénicas entre pisos, com variações de escala de pé-direito, procurando atingir uma certa complexidade volumétrica.
As circulações horizontais localizam-se no quadrante Norte, estabelecendo relações de transparência com o exterior, através de vastos planos envidraçados, envolvendo os utentes da praça nas actividades desenroladas no interior. O resto do edifício assume maior encerramento e opacidade.
Deste modo, na entrada do auditório, situada no topo Noroeste do edifício, localiza-se o espaço de recepção mais formal, que inclui, além da bilheteira e o bengaleiro, o foyer do piso térreo, que dispõe de um pé-direito triplo. A partir deste, tem-se acesso, através de diversas circulações, ao auditório e aos restantes compartimentos de acesso público, que incluem zonas expositivas e polivalentes. O Museu dispõe de uma entrada própria, mais intimista, que funciona ainda como posto de turismo permanente.
O auditório situa-se no piso térreo, tendo superiormente uma sala polivalente, que poderá servir como zona expositiva, mas também como um foyer cerimonial.
Pretende-se que o auditório possua um carácter multifuncional, permitindo as mais diversas manifestações artísticas, culturais ou outras.
O seu interior está predominantemente revestido a painéis de madeira e/ou derivados, alguns dos quais com tratamento acústico.
O Museu inclui uma Sala de Exposições Permanentes, com pé-direito duplo e iluminação zenital, e uma Sala de Exposições Temporárias.
O exterior da caixa que encerra a sala de espectáculos ganha expressão com o envolvimento pelas circulações e o foyer de tripla altura, sendo revestido em réguas de madeira, acentuando a sua expressividade e calor, contrastante com a maior frieza dos restantes materiais utilizados na construção, como a pedra e os rebocos e estuques de cores neutras. O efeito cénico pretendido é reforçado por entradas de luz situadas na cobertura, que projectam uma ampla luz descendente.
Em termos de materiais, predomina o granito amarelo da região, bujardado, intercalado com rebocos pintados de cores neutras (branco e cinza) e amplos envidraçados. No interior, tem também grande expressão a madeira de Bobinga. Alguns paramentos do edifício são pintados em cores vivas ou contrastantes, orientando o olhar para zonas fulcrais, como as duas recepções.
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